domingo, 1 de junho de 2014

Nunca me disseram que ser mãe é querer parar o tempo ou dar lugar ao drama!


"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu."
Eclesiastes 3:1




             Quando se tem um filho, ele não vem sozinho, mas acompanhado de uma série de expectativas, idealizações, e concepções sobre o que é ter uma criança em casa. Como toda mãe de primeira viagem eu também idealizei um monte de coisas. Também tinha minhas idéias sobre como criaria meus filhos, e confesso (bastante arrependida) que também já iniciei frases com o famoso "se fosse meu filho". O interessante é que  como toda mãe de primeira viagem "paguei a língua", tive que mudar os planos e precisei sair do roteiro em muitas coisas. Esta foto ilustra uma delas.


               Lembro que uma das primeiras coisas que fiz ao descobrir a gravidez, foi entrar na internet e procurar ideias para a decoração do quartinho do baby. Porque afinal de contas o que pode ser mais importante para uma gestante do que isso????? (Ironia mode on rsrsrs) O fato é que ao olhar para trás, diante de tudo o que vivi e do que sei hoje vejo o quanto tudo isso é fútil, mas admito tive essa fase. Na primeira pesquisa vi fotos de quartos com a tão falada decoração provençal, super em alta, e que não dá pra negar que são mesmo uma gracinha, e foi aí que me deparei com um berço lindo, com cara de antiguinho, detalhes em treliça, na cor que eu queria e pensei: É ESSE! Comecei desde já a infernizar o marido pra descobrirmos em que loja encontraríamos aquele modelo de berço, e tanto fiz que consegui. Fomos então até a loja, eu estava mais ou menos no quinto mês de gestação, barriguinha já aparente, já havíamos confirmado o sexo e sabíamos que era a Maria Eduarda que estava a caminho. Prato cheio para a vendedora que super atenciosa veio rapidamente nos atender assim que entramos na loja (porque será?) e logo me deparei com ele, meu tão sonhado berço! E tive nesse exato momento minha primeira crise de paranoia materna! Culpa dos hormônios (ou não! rsrsrs). Olhei para o berço lindo, e para os belos detalhes em treliça que me encantaram, e imediatamente visualizei os dedinhos delicados da minha bebezinha ficando presos naqueles buraquinhos tão perfeitos, pequenos, perigosos, assassinos, MEUPAIDOCÉU QUEM FAZ UM TROÇO ASSIM PRA UMA CRIANÇA!!!
       Surtos a parte, foi bem assim que aconteceu. Mas para minha alegria, na mesma loja havia um outro modelo que eu também já tinha visto na internet e amado! Grade de talas largas, seguro, firme, tá bom é esse aqui mesmo! Quase caí pra trás com o preço! Tive vontade de perguntar se estava comprando um berço ou uma casa, mas me contive. Já meu marido que não se constrange em pechinchar quase me mata de vergonha (te amo amor!) perguntando logo: O que esse berço tem de tão especial pra ser tão caro? Enquanto eu procurava um buraco pra me esconder, a vendedora sorriu e respondeu: É que ele vira mini cama! E foi nos mostrar a caminha que já estava montada. Ah! Agora sim é esse mesmo! E como seriam dois móveis em um, foi ele que levamos pra casa. Nesse tempo ainda tinha a ilusão de que dormiríamos em um quarto e ela em outro,coisa que até hoje não aconteceu, mas que em nada nos incomoda. Aliás, é curioso perceber que isso incomoda muito mais aos outros do que a nós! O que sinceramente não consigo entender. Afinal, sabemos que o que funciona para a nossa realidade pode não funcionar para outros e vice versa, e que tudo tem seu tempo, e acontece com naturalidade. Mas isso não vem ao caso. Até porque nessa época eu acreditava realmente que ela iria dormir sempre no berço, e que criança na cama dos pais é coisa de gente insegura, e que este seria seu local de descanso até pelo menos uns dois anos. E lá vou eu pagar a língua novamente!
              Ela nunca dormiu a noite toda no berço,e ainda hoje sempre acaba dormindo conosco metade da noite. E como o tão falado berço não passava pela porta e era complicado de desmontar, acabamos nós dois nos mudando para o quarto dela desde a primeira semana de vida. Ela foi crescendo e logo aprendeu a subir e descer da nossa cama sem dificuldade alguma, cama esta, que de certa forma tornou-se um pouco dela. Hoje tenho outra visão a respeito do sono dos bebes, e até mesmo sobre a decoração do quarto que aos poucos vai se adequando cada vez mais aos princípios do método Montessori (mais informações aqui). 
            Ainda assim, o tal do berço acabou sendo algo bem útil para as sonecas diurnas, e eu esperava usá-lo ainda por um bom tempo. Até que comecei a perceber minha filha cada vez mais desenvolta nas brincadeiras dentro dele, e sempre que percebia uma nova arte, pedia logo pro marido descer a grade a fim de evitar acidentes. Com o tempo o choro que indicava que ela acordou foi substituído por um "mãããe, mamãe" e algumas vezes por um silencio suspeito. E foi em um desses momentos silenciosos que na semana passada entrei no quarto pra pegar alguma coisa e me deparei com ela tentando pular do berço. Peguei ela logo com o coração saindo pela boca, e repetindo pra mim mesma que foi um fato isolado, que não iria se repetir. E quando o marido chegou comentei como quem não quer nada: Melhor baixar a grade do berço. E recebi como resposta: Não dá, só se virar cama. ÃÃHN? OI? Como assim? É a minha bebê! Não dá pra colocar ela em uma cama ainda! Não nem pensar! Deixa como está! Só que dois dias depois a cena se repete, mais uma crise de paranoia materna, e o coração inconformado aceita os fatos. 
          Ficamos eu e ela assistindo enquanto o marido transformava o berço em cama. Fiquei lembrando dela tão frágil, tão pequenininha dentro daquele berço que antes parecia imenso, e pensando em como tudo passou rápido! Tive vontade de agarrar o tempo com as unhas e obrigá-lo a parar! Só um pouquinho, só alguns instantes, só pra poder pegar minha menina no colo enquanto ela ainda é uma menina, enquanto ela ainda é  meu bebê! Saudade imensa! Embalada na certeza de que não perdi nenhum segundo, e apesar do drama instaurado, sei que fiz e continuarei fazendo o meu melhor, pra que ela continue a crescer e se desenvolver no tempo dela, mesmo que aos meus olhos pareça muito cedo ou muito tarde. E não importa o quanto ela cresça, nunca será grande demais para o meu colo!

*Obs: Vale ressaltar que a alegria dela ao ver a cama pronta compensou toda a paranoia, maaas por via das duvidas, colocamos um colchãozinho no chão pro caso dela rolar dormindo, afinal cuidado nunca é demais!


Que a paz do Senhor Jesus seja sobre tua vida!

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